sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mais um dia em São Paulo

Como todo princípio da estação mais quente do ano em São Paulo, faz aquele dia lindo de manhã, mas no fim da tarde (exatamente às 17h30), a cidade literalmente pára por causa de um temporal. É engraçado, porém certo, dirigir com cautela, a atenção é triplicada, mas o trânsito fica mais complicado ainda com as enchentes, casas alagadas, ruas que viram rios com fortes correntezas.

Bom...como eu (ainda) não tenho um carro para chamar de meu, sou mais uma de milhares de pessoas que utilizam o transporte público. Eu tenho sorte de usar somente o metrô e gastar mais ou menos 30 minutos da minha casa ao trabalho...mas, de vez em quando, esses 30 minutos são os piores do que ficar uma hora e meia dentro de um carro parado no trânsito.

Eu sei, eu sei...é um saco ficar uma hora e meia dentro de um carro, querendo chegar logo em casa, mas um alagamento ou acidente mais a frente não te deixam passar. Ambas as partes possuem partes boas ou ruins. A minha parte boa eu já contei, agora vem a ruim.

Saindo do trabalho, em plena quinta, o céu estava literalmente escuro...tão escuro que eu achei que não era mais horário de verão. Acelerei o passo até o metrô, pois queria chegar em casa com a chuva apenas começando (doce ilusão). No meio do caminho, meu celular toca...era minha mãe lá de minas querendo saber onde eu estava, porque estava passando na televisão que uma tempestade caia sobre parte da Zona Sul de São Paulo (literalmente na região onde eu trabalho e moro).

Expliquei para ela que em menos de meia-hora estaria em casa e que seria tranquilo, afinal, o trânsito de pessoas no metrô não estava tão intenso.Não estava até a hora em que eu desci na estação que fica perto da minha casa. As pessoas simplesmente PARARAM na entrada do local, o que fez com que os funcionários desligassem a escada rolante que subia e a escada normal estava congestionada de pessoas que resolveram esperar a chuva acabar para saírem da estação.

Tudo bem, se acharam melhor esperar a chuva passar....mas, como dizem na brincadeira “ema ema ema, cada um com seus problemas....” Mas para que ficar parado na PORTA do local, sendo que alguns corajosos (EU) queriam enfrentar a chuva pra chegar logo em casa?

Quando eu cheguei na metade do caminho, olhei para trás e uma multidão se aglomerava para subir e não parava de chegar gente. Até que eu e mais uma pessoa que estava do meu lado começamos a gritar (sim, berrar...) para que saíssem da porta, pois ninguém é de açúcar e não ia derreter tomando chuva...só que veio o troco lá de cima “se quer sair, então sobe e saia do lugar que é público”. Eu sei, todo mundo sabe que é público, logo é de livre e espontânea (espero) vontade que as pessoas tenham NOÇÃO das situações e não pensem em seu próprio umbigo. O ser humano realmente é mal-educado quando quer... #fato

Ai começou o empurra-empurra...e eu comecei a empurrar sim, afinal, já que falaram que era pra subir e sair...vamos apelar para o pior, já que tentamos pedir para saírem da frente. Acredito que aquela escada tem cerca de 20 ou 25 degraus, que eu demorei 15 minutos para subir. Acabei caindo na lei de ação e reação...sem me empurram, eu empurro também, algum problema? Com certeza não. Afinal, todo mundo queria chegar em casa...mas ficar parada naquele metrô que não tem ventilação, cheio de gente em pleno horário de pico...eu preferi tomar chuva, de verdade.

Cheguei em casa “daquele jeito”, mas cheguei, isso que importa. A educação a gente traz de casa, mas ultimamente as pessoas ou andam a esquecendo no armário ou nem têm mesmo para levar para a rua, principalmente quando vão andar de metrô ou ônibus. Como disse uma amiga minha: a chuva também deveria trabalhar em horário comercial e não começar quando praticamente boa parte da população de São Paulo quer ir para casa.
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